Thursday, March 30, 2006

Cúpula sobre gás reunirá Venezuela, Bolívia, Paraguai e Uruguai

Mês que vem a integração energética dos países latino-americanos dá um novo passo. Pela primeira vez, se realizará no Paraguai uma cúpula sobre o gás entre quatro presidentes: Hugo Chávez, da Venezuela; Evo Morales, da Bolívia; Tabaré Vázquez, do Uruguai; e Nicanor Duarte, do Paraguai. O objetivo do encontro será dialogar sobre a distribuição do gás natural na região, além de incorporar Bolívia, Paraguai e Uruguai ao tema que já vem sendo dialogado entre Venezuela, Brasil e Argentina.

A informação é do presidente Morales, que fez o anúncio em uma coletiva de imprensa para correspondentes internacionais em La Paz. O evento ser realizará no Paraguai, provavelmente no dia 19 de abril. Segundo ele, este encontro presidencial deixa em claro que a Bolívia não está a margem do anel energético, do plano de integração regional que é adiantado pelos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e pelo qual se persegue o abastecimento de gás natural ao cone sul-americano.

“A Bolívia é, na realidade, o principal aliado comercial para impulsionar a integração energética mediante um grande consórcio de empresas estatais, que Brasil e especialmente Argentina e Venezuela (todos membros do Mercosul) pretendem impulsionar”, disse o presidente boliviano.

No último dia 19 de janeiro, o presidente venezuelano se reuniu em Brasília com seus pares de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Nestor Kirchner, para tratar sobre o gasoduto que projetam construir entre as três nações. Na ocasião, Chávez indicou que o “megaprojeto” se tornará um eixo estratégico para a formação de pólos endógenos que impulsionarão o progresso ao longo dos mais de sete mil quilômetros de extensão que terá a obra. O quatro encontro trilateral estava pautado para acontecer em 10 de março na Argentina, um dia antes da posse da presidente chilena Michelle Bachelet. Mas não aconteceu porque o presidente venezuelano teve que se ausentar devido às comemorações do Dia da Bandeira.

Esta será a primeiro reunião que incluirá Bolívia, Paraguai e Uruguai nas conversas multilaterais sobre a comercialização do gás na América do Sul, já que Brasil, Argentina e Venezuela têm estado trabalhando no megaprojeto integracionista do gasoduto.

Bolívia

O governo do presidente Evo Morales anunciou recentemente que realizará uma exaustiva auditoria no processo de capitalização do setor petroleiro, com o objetivo de determinar quais empresas têm recuperado seus investimentos e contam com a possibilidade de pagar impostos acima de 60% ou 70%. “Isso vai acontecer da seguinte forma. Vamos fazer as auditorias sobre tudo o que aconteceu até agora, a partir daí vão sair os devedores e os credores, veremos quem são e quantos, e sobre essa base emergerão os novos contratos, com novos parâmetros”, declarou à imprensa.

Ontem, a Petrobras anunciou que estava interrompendo seus investimentos na Bolívia até que sejam retomadas as negociações com o governo boliviano. “Estamos preocupados, porque existe um conjunto de investimentos que tem de ser feito e cujo processo decisório está dependendo do que vai acontecer na Bolívia”, afirmou o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

A Petrobras é o principal investidor estrangeiro na Bolívia e controla a maior parte da indústria de hidrocarbonetos desse país, incluindo um gasoduto binacional com capacidade para transportar até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural, destinado a regiões industriais do Brasil. ”Se nós não tivermos um processo de negociação claramente em curso, teremos que retardar as nossas decisões. Começamos a ficar preocupados com as declarações das autoridades da Bolívia responsáveis pela área de hidrocarbonetos”, disse o presidente da estatal.

O processo de nacionalização da indústria de hidrocarbonetos, aberto pelo governo do presidente Evo Morales, criou um novo cenário para as transnacionais do setor, como a Petrobras, admitiu Gabrielli. Segundo ele, no entanto, há confiança na retomada do processo de negociações, considerando os interesses de ambas as partes. “A Bolívia precisa do Brasil e o Brasil precisa da Bolívia”, disse.

Da Redação,
Com agências

Fonte:
Diário Vermelho

Wednesday, March 29, 2006

Portugal importou 16% do consumo total a Espanha em 2005

Portugal importou 16% da energia eléctrica consumida em 2005 a Espanha, de um total de 48 mil GWh consumidos pelo país, afirmou hoje o director-geral da ELECPOR, João do Nascimento Baptista.

"A importação de Espanha ficou a dever-se a questões de oportunidade e não por razões de falta de capacidade de produção em Portugal", disse o dirigente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico (ELECPOR), no seminário sobre "Perspectivas do Sector Eléctrico em Portugal e Espanha", hoje realizado em Lisboa.

Segundo João Baptista, a "energia foi produzida por centrais nucleares em Espanha e importada durante o período nocturno pela REN - Rede Eléctrica Nacional". No entanto, este dirigente realçou que "não compete ao operador do sistema, a REN, fazer negócios de energia, o que mais cedo ou mais tarde deixará de ser possível". "A REN sabe que vai deixar de desempenhar este papel", salientou.

No seminário, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, e em que participaram cerca de 150 empresários e gestores, o director-geral da ELECPOR referiu também que a exportação de energia eléctrica para Espanha foi de 700 GWh no ano passado.
Sublinhou que o crescimento médio anual de energia eléctrica em Portugal é da ordem dos 5%, ritmo que não tem sido acompanhado pelo aumento da riqueza produzida no país. "Este é um problema preocupante e a dependência energética de Portugal face ao exterior deve ser reduzida nos próximos anos para que haja um aumento da competitividade empresarial", disse o director-geral.

Sobre a energia eólica afirmou realçou que o crescimento da produção de energia mais do que duplicou em Espanha no ano passado, face ao ano anterior. "Em Portugal estamos aquém do desempenho espanhol na área da produção de energia eólica", explicou.
No entanto, disse que a produção instalada actualmente em Portugal está perto de 1000 MW e que nos próximos cinco a seis anos a potência instalada deverá rondar os 4500 MW. "Esta área de negócio poderá ser aproveitada pelas empresas do sector ligadas à construção e instalação de infra-estruturas eléctricas", sublinhou.

Fonte: Diário Económico

Wednesday, March 22, 2006

Pinhal Interior já consome energia limpa


O PARQUE eólico do Pinhal Interior, que abrange os concelhos de
Oleiros, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Sertã, começa a ganhar forma.
Após ter sido ligado o primeiro aerogerador, em Dezembro de 2005, no
município de Proença-a-Nova, o Grupo Generg, construtor do projecto,
espera inaugurar mais quatro subparques este ano, em Seladolinho, Furnas,
Mata de Álvaro e Moradal, todos adstritos a Oleiros, que deverão entrar
em funcionamento em Junho, Setembro, Outubro e Dezembro,
respectivamente.

Para inaugurar mais tarde ficam as estruturas de Rendeiro/Figueiredo,
Fundeiro e Perdigão. O Parque deverá estar quase pronto no final deste
ano (a conclusão do projecto está prevista para Março de 2007), e terá
uma potência total instalada de 144 MW, disponibilizados por 18
aerogeradores de 3 MW, fornecidos pela Vestas, e 45 unidades de 2 MW, da
Enercon. Actualmente está concluída a estrutura comum de ligação ao complexo,
composta por uma linha de 150 kV com 38 km de comprimento, e uma
subestação de 150/60/30 kV, situada nas Corgas, no concelho de
Proença-a-Nova.

Com um orçamento a rondar os EUR150 milhões, este é não só um dos
maiores investimentos na região, como permitirá, com os seus 390GWh anuais
de energia limpa, dar resposta a um consumo doméstico de aproximadamente
180 mil habitantes. Acresce o facto de evitar a emissão para a
atmosfera de cerca de 220 mil toneladas de dióxido de carbono/ano, o que
ocorreria com a utilização de combustíveis fósseis.

Fonte:
Expresso

Wednesday, March 15, 2006


Syriana




Fui ver o filme do George Clooney, Syriana. Não posso deixar de o recomendar seja no cinema, seja em DVD, vejam-o!
Não só é um grande filme, com grandes actores e uma excelente história. É um olhar corajoso sobre a relidade da indústria petrolífera e a diplomacia do complexo politico-militar norte-americano. Admiro muito a coragem de Clooney, ele expõe a verdade trágica de viver num país governado por criminosos de guerra que não olham a meios para obter contratos petrolíferos. Este filme mostra se todos soubessem a verdade dos factos do que se passa no Médio Oriente, ninguém apoiava a administração Bush.
Um manifesto anti-guerra, um manifesto anti-imperialista.

Nas próprias palavras de Clooney, "é importante estar no lado certo da história", isto é, no lado da justiça e da verdade. E se a diplomacia americana fosse da paz e não da guerra seria melhor para todos, os árabes e os ocidentais, por isso ele denuncia décadas de "política externa errada para o médio Oriente".

Assim o diz Clooney:


Clooney relishes 'traitor' attacks

US actor and director George Clooney said this morning he was proud to be denounced as unpatriotic for questioning US policy because he wanted to be on "the right side of history."

Interviewed on BBC television's Newsnight about his latest films Syriana and Good Night, and Good Luck Clooney said that not only did he accept the right to be attacked for his views but he even relished them.

Clooney, who has weathered attacks since opposing the 2003 Iraq invasion, said at one point that it was "frustrating" to be listed as a "traitor" on a set of playing cards, but he also accepted people's right to free speech.

He later admitted he relished the attacks.

"I think it's important to be on the right side of history," Clooney said.

"I want to be on that deck of cards. And I want to be able to say that they boycotted my films... I want to be able to say I was on the cover of a magazine called a 'traitor,"' he said.

"I'm proud of those because those were badges of honour for me because that was when you did it when it was hard to do," the actor and director said.

Clooney has received critical acclaim for Syriana - about oil politics and Islamic extremism - and for Good Night, and Good Luck a reminder of the threat to civil liberties through a story about the anti-communist hysteria in the US of the 1950s.

Clooney said Syriana did not single out US President George W. Bush's administration for attack, though it "certainly goes at this administration" as well as at 60 years of failed Middle East policy.

"If it's an attack, it's because you're asking questions," Clooney said.

Clooney has said the chilling effect of the September 11, 2001 attacks on US politics had inspired SyrianaA and its unflinching look at the ways extremism and political instability are fostered by the interests of big oil.


Fonte:
http://www.news.com.au/story/0,10117,18268256-38200,00.html

Thursday, March 09, 2006

Foi há 50 anos

Passaram esta semana 50 anos sobre a data em que M. King Hubbert apresentou ao Mundo o Pico do Petróleo. Apesar de estudar o tema há quase vinte anos foi apenas em Março de 1956 que a indústria petrolífera se vui pela primeira vez confrontada com a dura realidade de Hubbert. É altura pois de assinalar este momento único.

Em 1956 Hubbert foi convidado pelo Instituto Americano do Petróleo a apresentar a situação mundial energética durante a conferência primaveril desta instituição. Dia 8 de Março em San Antonio Hubbert lá compareceu e enquanto aguardava a sua vez de subir à tribuna foi chamado para receber um telefonema. Do outro lado da linha alguém das relações públicas da Shell (empresa para quem Hubbert trabalhava) pedia-lhe que modificasse o tom alarmante do seu discurso.

Hubbert recusou, dirigiu-se à tribuna e fez o seu discurso. Explicou como a
extracção de Petróleo numa dada época é função do total que falta extrair e como ao longo do tempo a extracção descreve uma curva em forma de sino. Assim sendo é possível determinar com algum rigor a produção futura de um região conhecendo as suas reservas. Foi o que fez, usando as estimativas mais recentes de geólogos de referência que para os Estados Unidos se situavam no intervalo de 150 a 200 Gigabarris, projectou o pico de produção no país para o intervalo entre 1965 e 1971.


Mostrou também a produção de petróleo numa escala de 10000 anos, dizendo que a exploração de petróleo é “um evento único na história da Humanidade e uma evento único na história da biologia. Não é repetível, um piscar-de-olhos no tempo."

Este discurso causou algum furor na indústria, mas as reacções foram sobretudo de choque, consternação e negação. As hipóteses de um pico na produção de petróleo nos Estados e a um tão curto espaço de tempo foram quase universalmente rejeitadas.

Em 1970 a produção de petróleo nos Estados Unidos passou o seu pico e está em declínio desde então.

MKingHubbert.com é um sítio web dedicado a este cientista sem par.

Wednesday, March 08, 2006

A continuação da subida do preço do petróleo e as suas (danosas) consequências económicas
Antevisão dos próximos 5 anos

Podemos assumir que o preço do petróleo vai crescer cerca de 10 dólares por ano no seu valor médio anual.

Quadro 1 - Valor médio anual do preço do petróleo em dólares por barril:

Ano 2001 - 26,00
Ano 2002 - 26,06
Ano 2003 - 31,12
Ano 2004 - 41,42
Ano 2005 - 56,58
Ano 2006 - 63,68 (até agora,ou seja, provisório)

Quadro 2 - Previsão do autor:

Ano 2006 - 63-67
Ano 2007 - 74-78
Ano 2008 - 85-89
Ano 2009 - 96-100
Ano 2010 - 100 - Atingido o ponto de ruptura de 100 dólares sustentados, o preço desce pela destruição da procura (demand destruction).

Porquê?

Por 3 ordens de razões:

1 - Porque os analistas de energia, economistas, yuppies, consultores de investimento, enfim todos os habituais optimistas cornucópios tem estado persistentemente errados, todos diziam que o preço ia descer desde de 2002 para níveis abaixo de 20 dólares e não só não desceu, como não parou de subir. A ignorância cornucópiana que, com presistente obstinação, insiste em negar que existem limites para exploração de recursos naturais é a principal razão para o seu fracasso. Mas também, a recusa em admitir a ocorrência do Pico do Petróleo, o próprio contexto político inibidor da produção e vários outros dados que comprovam a incapacidade de fazer baixar o preço do petróleo pelo aumento da produção petrolífera.

2 - Cada vez são mais os que reconhecem que a era do petróleo barato acabou (primeiro-ministro francês, governo sueco, membros da OPEP, Chevron Texaco, Shell, Repsol, etc...). Até George W Bush diz que os Estados Unidos estão "addicted to oil" (tem uma toxicodependência pelo petróleo). Foram feitos relatórios acerca de novos projectos (de análise campo por campo) de produção adicional de petróleo que relatam pouco novo petróleo para cobrir a perda muito substancial da taxa de declínio da produção mundial (particularmente elevada em campos gigantes como o Cantarell no méxico, o Burgan no Kuwait e na região do Mar do Norte). É bom lembrar que em 2004 havia uma relação mundialmente de 4 barris produzidos por cada novo descoberto, em 2005 essa relação foi de 6,5 produzidos por cada 1 descoberto. Adicionamos a isto uma persistente (e substancial) interrupção de produção por conflito armado no Iraque, na Nigéria, no Paquistão e com potencial de acontecer noutros sítios. Mas também a persistente acção destruidora de produção dos desastres naturais, que já antes do Katrina fustigavam a produção petrolífera no Golfo do México. E então concluímos que a produção petrolífera está entalada mesmo sem ter em conta o crescimento do consumo, que álias não cresce porque a produção não não aumenta mas sim decresce desde Dezembro de 2005 e está basicamente estagnada desde Novembro de 2004 (ver link abaixo).

http://www.theoildrum.com/story/2006/3/3/184126/9260#more

3 - A terceira razão é porque o Pico do Petróleo já foi atingido ou é iminente. A actual fase da produção petrolífera é chamada pelos peakoilers norte-americanos como bumpy plateau, que eu traduziria como "plano papudo" e significa que a produção de petróleo está basicamente estagnada e que pode haver pequenos aumentos e descidas de produção fazendo alguns picos intermédios muito perto do pico máximo. Mas a incapacidade de cumprir a meta básica do aumento anual da produção de 2% (acima da cobertura da taxa de declínio) para satisfazer o aumento anual de 2% do consumo, apartir de agora torna-se irrefutável e que dentro em breve talvez 2007, talvez 2008, talvez 2009, teremos um ano de menos produção de petróleo que o ano anterior. E isso terá graves consequências económicas, sobretudo para os EUA que consomem 25% do petróleo mundial e para a China e a Indía que querem manter taxas de crescimento económico de 9 e 7%.

Gráfico 1 - Preço do petróleo ao longo dos últimos anos em dólares por barril, fonte: Barclays Capital



As consequências económicas:

a) Regionais

A escalada do preço do petróleo vai ter efeitos diferentes em diferentes regiões do mundo. As regiões que mais consomem vão sofrer mais, pois os seus sistemas económicos estão mais dependentes. O facto de os chamados "países consumidores" (os maiores consumidores) possuirem reservas estratégicas não os vai salvar de sentirem a dureza da recessão económica.

Gráfico 2 - Produção Mundial por região 2004

Nota: América do Norte, aqui inclui o Canada.

As regiões que mais vão sofrer são os Estados Unidos, a Europa (a OCDE em geral) e o Sudoeste Asiático.

Gráfico 3 - Consumo mundial por região até 2000


Regiões como a América Latina que é auto-suficiente em energia, Rússia que é largamente auto-suficiente, o Médio Oriente e Ásia Central que obviamente possuem petróleo de sobra e alguns países Nórdicos europeus que estão muito avançados em energias renováveis e no caso da Suécia, procura já superar totalmente a dependência do petróleo (ver link abaixo), vão sofrer menos.

http://seattletimes.nwsource.com/html/nationworld/2002791274_sweden08.html

Ver também a relacão consumo/produção na Europa, Estados Unidos e Ásia neste link:
http://www.marktaw.com/culture_and_media/politics/GlobalOil.html

Gráfico 4 - Relação Consumo/Produção



Certas regiões como África vão ficar na mesma. África sofre de miséria, guerra, corrupção e isso são os seus principais problemas. O impacto da escassez de petróleo numa região em que muitos não tem electricidade e em que o consumo de petróleo é baixissímo não será o seu principal problema. Além disso África é dos poucos sítios em que há importantes novos projectos de petróleo e tem uma produção de petróleo que se fosse usada em favor da população local daria para mitigar muito a pobreza, não será o pico do petróleo a origem dos problemas africanos.

b) Até 2010

Penso que até 2010 o mercado petrolífero produção/consumo vai aguentar razoavelmente sem entrar em ruptura, existem aliás reservas estratégicas armazenadas para isso mesmo. Depois em 2010 começará o inexorável declínio. Entre o agora e esse depois como já disse estamos no "plano papudo", um período de estagnação. Neste período é previsível que a Ford e a General Motors, grandes industrias automóveis americanas, declarem falência, o mesmo acontecerá com algumas companhias de aviação civil. Também é previsível subidas anuais importantes da inflação, pesando sobre os já pesados orçamentos familiares da população ocidental. Pelo lado posisitivo também é possível que poderosos exércitos ocidentais e outros envolvidos em aventuras militaristas de grande envergadura comecem a sentir sérias restrições aos seus planos de agressão externa porque a máquina militar consome demasiado petróleo (dizem que é o sector onde mais se consome no mundo) e também é previsível que as energias renováveis avancem ganhando terreno e ficando mais acessíveis. Mas o grande problema claro, vai ser sobretudo no sector do transporte onde as alternativas estão distantes, aqui a mobilidade vai resentir-se, penso que vamos ver muito mais gente a usar transporte público e até a andar de bicicleta.
Penso que há ainda alguma margem de manobra para evitar a recessão, que será inevitável em 2010, especialmente aqui na Europa porque se pode estimular bastante mais a eficiência energética e porque existem reservas estratégicas, além da própria capacidade económica de absorção dos preços.
Não quero ser demasiado pessimista, acho que a primeira pedra do mundo pós-petróleo a Suécia já a colocou, muitas outras viram a seguir. Há uma diversidade de soluções locais, regionais e nacionais para mitigar o pico do petróleo que vão começar a ganhar força. Basta ser se sensato, como a Suécia e a ASPO, basta reconhecer o problema e tomar medidas adequadas pela redução do consumo e o incremento de alternativas energéticas.
É sempre possível mitigar os efeitos do pico, por isso vamos a isso.

Sunday, March 05, 2006

1/3 da população mundial não tem acesso à energia elétrica

Cerca de um terço da população mundial, o equivalente a dois bilhões de pessoas, não tem acesso à energia elétrica. Metade deste total está localizada no continente africano. O dado faz parte de estudo apresentado ontem (4/3) no Rio pelo Conselho Mundial de Energia.

Segundo a diretora do Conselho Mundial de Energia Elena Nekhaeze a distribuição do uso da energia no mundo é muito desigual e concentrado na América do Norte, precisamente nos Estados Unidos. Os americanos consomem de 15 a 20 vezes mais do que os chineses ou indianos. Neste caso, ela afirma que os preços deveriam aumentar para desestimular o desperdício de energia.

Consumo no Brasil

Nekhaeze citou o exemplo do apagão de 2001 no Brasil. Segundo ela, o consumo brasileiro caiu 20% mas o potencial da região permite uma redução na faixa de 50%.

Uma pesquisa desenvolvida pelo conselho nas cidades do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Caracas mostrou que o problema para as pessoas de baixa renda não está na oferta de energia e sim na capacidade de pagar por ela. Das três cidades, apenas em Caracas, onde a energia é subsidiada, o consumo é elevado entre os mais pobres.

Os cariocas comprometem 15,57% de sua renda para cobrir os gastos com energia. Em Buenos Aires esse percentual é de 7,6%. Nos EUA, de 5,2%. Os impostos também são maiores no Brasil. Eles representam 45% do valor da conta. Na Argentina, o percentual é de 35%.

De acordo com o estudo, no Rio de Janeiro os mais pobres consomem 103,19 KWh/ mês. Em Buenos Aires o total é de 97 KWh/mês e em Caracas, de 220,00 KWh/mês com energia subsidiada. (...)

Nota do Editor: Isto significa que há uma parte significativa da população mundial que não será tão afectada pela escassez de energia, não será?
Talvez...

Fontes:
(1/3 da população mundial sem energia eléctrica)
http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0305/0305_eletrifica.asp
http://www.geocities.com/snram12/prakrithi2.htm
(1/3 da população mundial sem recursos energéticos)
http://www.arabicnews.com/ansub/Daily/Day/010529/2001052926.html
Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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