Declaração Final do II Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas por Trabalhadores
Written by Movimento das Fábricas Ocupadas
Thursday, 30 July 2009
Texto integral da declaração aprovada no histórico encontro celebrado em Caracas, Venezuela, no fim de Junho de 2009.
A crise do capitalismo mundial revela que o sistema capitalista transformou-se em um obstáculo para o desenvolvimento da humanidade. Nesta crise os mais prejudicados são os trabalhadores e os pobres de todo o mundo. Cortes salariais, corte dos direitos sociais, queda do emprego e fechamento de fábricas, esta é a alternativa que os capitalistas têm a nos oferecer. Ao mesmo tempo destinam bilhões de dólares para salvar o sistema financeiro mundial da bancarrota; milhões de trabalhadores estão sendo demitidos em todo o mundo.
Frente a isso é necessária, mais do que nunca, a organização dos trabalhadores a fim de responder a esses ataques e defender o emprego e o parque industrial de todos os países do continente. Em todo o mundo vemos que existe um movimento de luta por parte da classe trabalhadora, greves, marchas. A crise está sacudindo a consciência de milhões de trabalhadores em todo o mundo. Frente aos fechamentos de fábricas, nós, os trabalhadores, devemos responder com a ocupação das empresas e colocá-las em produção sob nosso controle e em benefício da coletividade. Somente deste modo poderemos defender nossos direitos e garantir um futuro digno para nossas famílias. Como já assinalou o Presidente Chávez em 2005 “fábrica fechada, fábrica tomada por seus trabalhadores”.
Na América Latina já estamos preparados para enfrentar esta crise. Temos toda a experiência acumulada desde o I Encontro, em outubro de 2005, que nos permitiu continuar a luta. Agora o mais importante é que a experiência da luta se generalize e se estenda a novos setores da classe trabalhadora em toda a América Latina que se virão obrigados a ocupar suas empresas para defender seus postos de trabalho.
A revolução venezuelana é um exemplo para os trabalhadores e oprimidos de todo o continente. Deve também servir como farol e guia no tocante à defesa do emprego frente aos fechamentos patronais e às garantias dos direitos dos trabalhadores frente aos abusos patronais. Desde 2005, empresas importantes como Sidor, outras empresas de Ciudad Guayana e o banco da Venezuela foram nacionalizadas. Isso representa um passo adiante na luta pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores. Outras, onde os trabalhadores exigiram a estatização, continuam com problemas ou estão paralisadas pela sabotagem burocrática. É necessária uma solução imediata aos trabalhadores destas empresas pelo governo venezuelano. Somente a classe trabalhadora venezuelana pode verdadeiramente impulsionar a economia do país, nem os capitalistas nem a burocracia herdada da IV República poderão fazê-lo. O controle operário da produção é a base para a construção do socialismo na Venezuela e em todo o continente latino-americano.
Os trabalhadores da América Latina não têm que dobrar-se ante a recessão, sob o argumento da crise. Os capitalistas e os governos nos quais este sistema se sustenta são os culpados pela crise. Eles nos empurram a lutar para defendermo-nos e a ocupar as empresas. A tomada e a ocupação de empresas é apenas o início do processo pelo qual a classe trabalhadora tomará sob seu controle os bancos, a terra e as grandes indústrias, pondo-as a produzir sob seu controle democrático em aliança com os camponeses e os pobres de todo o continente.
Este II Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas também reforça que as fábricas recuperadas não podem existir isoladas em meio a uma economia capitalista. Ou a luta pela tomada e ocupação de fábricas se estende para todo o país e para o continente e ao restante da classe trabalhadora, ou estará condenada a sucumbir fruto da pressão da concorrência ou da sabotagem estatal e capitalista. Por isso a palavra de ordem “fábrica fechada, fábrica ocupada” deve disseminar-se e ser levada à prática para que possamos sobreviver com o propósito final de que todo o aparato produtivo esteja sob controle da classe trabalhadora aliada com os pobres do país.
Este II Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas por Trabalhadores faz um apelo a todos os movimentos progressistas do mundo a apoiar nossa luta por um futuro decente para as famílias trabalhadoras e para a juventude de nosso continente. Somente os trabalhadores estão interessados em desenvolver a indústria nacional frente ao parasitismo dos empresários e à política das multinacionais.
Este II Encontro Latino Americano de Fábricas Recuperadas faz um chamado a todos os trabalhadores do continente e do mundo a seguir nosso caminho e unir-se a esta luta. A crise capitalista em um contexto de desemprego e falta de trabalho colocará às claras os limites da greve como método de luta. A própria experiência dos trabalhadores lhes fará ver que devem pressionar ainda mais os patrões. A situação que eles criam nos obriga a ir à greve, mas estas lutas só podem ser vitoriosas se lhes arrebatamos o controle da empresa. Esta crise conduzirá a esta conclusão primeiro milhares e logo depois milhões.
Companheiros, o futuro pertence à classe trabalhadora. Estamos no início de nosso movimento, agora somos milhares, amanhã seremos milhões. Adiante na luta, viva os trabalhadores das fábricas recuperadas!
Caracas, 28 de Junho de 2009.
Source: Esquerda Marxista/In Defense of Marxism
Written by Movimento das Fábricas Ocupadas
Thursday, 30 July 2009
Texto integral da declaração aprovada no histórico encontro celebrado em Caracas, Venezuela, no fim de Junho de 2009.
A crise do capitalismo mundial revela que o sistema capitalista transformou-se em um obstáculo para o desenvolvimento da humanidade. Nesta crise os mais prejudicados são os trabalhadores e os pobres de todo o mundo. Cortes salariais, corte dos direitos sociais, queda do emprego e fechamento de fábricas, esta é a alternativa que os capitalistas têm a nos oferecer. Ao mesmo tempo destinam bilhões de dólares para salvar o sistema financeiro mundial da bancarrota; milhões de trabalhadores estão sendo demitidos em todo o mundo.
Frente a isso é necessária, mais do que nunca, a organização dos trabalhadores a fim de responder a esses ataques e defender o emprego e o parque industrial de todos os países do continente. Em todo o mundo vemos que existe um movimento de luta por parte da classe trabalhadora, greves, marchas. A crise está sacudindo a consciência de milhões de trabalhadores em todo o mundo. Frente aos fechamentos de fábricas, nós, os trabalhadores, devemos responder com a ocupação das empresas e colocá-las em produção sob nosso controle e em benefício da coletividade. Somente deste modo poderemos defender nossos direitos e garantir um futuro digno para nossas famílias. Como já assinalou o Presidente Chávez em 2005 “fábrica fechada, fábrica tomada por seus trabalhadores”.
Na América Latina já estamos preparados para enfrentar esta crise. Temos toda a experiência acumulada desde o I Encontro, em outubro de 2005, que nos permitiu continuar a luta. Agora o mais importante é que a experiência da luta se generalize e se estenda a novos setores da classe trabalhadora em toda a América Latina que se virão obrigados a ocupar suas empresas para defender seus postos de trabalho.
A revolução venezuelana é um exemplo para os trabalhadores e oprimidos de todo o continente. Deve também servir como farol e guia no tocante à defesa do emprego frente aos fechamentos patronais e às garantias dos direitos dos trabalhadores frente aos abusos patronais. Desde 2005, empresas importantes como Sidor, outras empresas de Ciudad Guayana e o banco da Venezuela foram nacionalizadas. Isso representa um passo adiante na luta pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores. Outras, onde os trabalhadores exigiram a estatização, continuam com problemas ou estão paralisadas pela sabotagem burocrática. É necessária uma solução imediata aos trabalhadores destas empresas pelo governo venezuelano. Somente a classe trabalhadora venezuelana pode verdadeiramente impulsionar a economia do país, nem os capitalistas nem a burocracia herdada da IV República poderão fazê-lo. O controle operário da produção é a base para a construção do socialismo na Venezuela e em todo o continente latino-americano.
Os trabalhadores da América Latina não têm que dobrar-se ante a recessão, sob o argumento da crise. Os capitalistas e os governos nos quais este sistema se sustenta são os culpados pela crise. Eles nos empurram a lutar para defendermo-nos e a ocupar as empresas. A tomada e a ocupação de empresas é apenas o início do processo pelo qual a classe trabalhadora tomará sob seu controle os bancos, a terra e as grandes indústrias, pondo-as a produzir sob seu controle democrático em aliança com os camponeses e os pobres de todo o continente.
Este II Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas também reforça que as fábricas recuperadas não podem existir isoladas em meio a uma economia capitalista. Ou a luta pela tomada e ocupação de fábricas se estende para todo o país e para o continente e ao restante da classe trabalhadora, ou estará condenada a sucumbir fruto da pressão da concorrência ou da sabotagem estatal e capitalista. Por isso a palavra de ordem “fábrica fechada, fábrica ocupada” deve disseminar-se e ser levada à prática para que possamos sobreviver com o propósito final de que todo o aparato produtivo esteja sob controle da classe trabalhadora aliada com os pobres do país.
Este II Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas por Trabalhadores faz um apelo a todos os movimentos progressistas do mundo a apoiar nossa luta por um futuro decente para as famílias trabalhadoras e para a juventude de nosso continente. Somente os trabalhadores estão interessados em desenvolver a indústria nacional frente ao parasitismo dos empresários e à política das multinacionais.
Este II Encontro Latino Americano de Fábricas Recuperadas faz um chamado a todos os trabalhadores do continente e do mundo a seguir nosso caminho e unir-se a esta luta. A crise capitalista em um contexto de desemprego e falta de trabalho colocará às claras os limites da greve como método de luta. A própria experiência dos trabalhadores lhes fará ver que devem pressionar ainda mais os patrões. A situação que eles criam nos obriga a ir à greve, mas estas lutas só podem ser vitoriosas se lhes arrebatamos o controle da empresa. Esta crise conduzirá a esta conclusão primeiro milhares e logo depois milhões.
Companheiros, o futuro pertence à classe trabalhadora. Estamos no início de nosso movimento, agora somos milhares, amanhã seremos milhões. Adiante na luta, viva os trabalhadores das fábricas recuperadas!
Caracas, 28 de Junho de 2009.
Source: Esquerda Marxista/In Defense of Marxism
Labels: Crise do Capitalismo
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