Thursday, October 25, 2007

E o preço da gasolina a subir...

Como se pode ver no seguinte gráfico, o preço da gasolina nos Estados Unidos tem subido de forma acelerada a partir de 2003 até agora. Este é o preço registado na Bolsa de Nova Iorque (parece-me que o gráfico se refere ao preço médio anual de cada ano), hoje por exemplo está em 2.17 (2 dólares e 17 cêntimos).

http://www.oilnergy.com/hpix/4usagaso.gif

Mas a realidade no terreno nos Estados Unidos, vendo o preço em cada um dos seus estados, mostra uma situação mais grave de escalada de preços como podemos ver no seguinte site:

http://zfacts.com/p/35.html

Na maior parte do estados dos EUA, o preço da gasolina aproxima-se ou ultrapassa os 3 dólares por galão.

Fontes: zFacts, Oilenergy

Tuesday, October 16, 2007

Ontem foi um dia histórico

Crude oil for November delivery rose $2.44, or 2.9 percent, to settle at a record $86.13 a barrel at 2:54 p.m. on the New York Mercantile Exchange. Oil reached $86.22, the highest since the contract was introduced in 1983. This is the fifth straight rise. Prices are 47 percent higher than a year ago.

Today's intraday high passed the previous all-time inflation-adjusted record reached in 1981 when Iran cut oil exports. The cost of oil used by U.S. refiners averaged $37.48 a barrel in March 1981, according to the Energy Department, or $84.73 in today's dollars.
Bloomberg, 15 de Outubro

Eu vou traduzir, porque esta notícia é demasiado importante para não ser lida em português:

O preço do petróleo para entrega em Novembro (NR: o petróleo comprado agora demora algum tempo a chegar ao destinatário, neste caso é para entrega em novembro nos EUA) subiu 2,44 dólares (dólares dos EUA), ou 2,9%, alcançando 86,13 dólares por barril às 2:54 p.m. (hora dos EUA) no New York Mercantile Exchange (sigla NYMEX, Bolsa de Valores de Nova Iorque). O petróleo atingiu um preço de 86,22 dólares, o valor mais alto desde que o contrato bolsista (do petróleo) foi introduzido em 1983. Esta é a quinta subida consecutiva (na bolsa). Os preços estão 47% mais altos do que há um ano atrás.

O pico de preço intraday (dentro do próprio dia) de hoje passou o máximo histórico em inflação ajustada anterior atingido em 1981 quando o Irão cortou as exportações (fez um embargo petrolífero aos países desenvolvidos). O custo do petróleo utilizado pelas refinarias dos Estados Unidos era em média de 37,48 dólares por barril em Março de 1981, de acordo com o Departamento de Energia (leia-se Minstério de Energia), ou 84,73 dólares de hoje.
Bloomberg, 15 de Outubro

O que isto quer dizer é que o petróleo ultrapassou o pico de preço de 1981, que até agora era o valor mais alto de sempre em inflação ajustada (leia-se em dólares de hoje). Hoje pode se dizer com toda a certeza que o petróleo nunca foi tão caro como hoje. Cumpre-se assim a profecia, da Associação para o Estudo do Pico do Petróleo (ASPO) e de muitos outros especialistas, que o preço do barril do petróleo iria subir para máximos nunca vistos superando o peço atingido na crise do petróleo iraniana de 1981. Quase todos os especialistas ligados ao pico do petróleo, e mesmo alguns que não o são (falo por exemplo da Goldman Sachs e de outras entidades financeiras que alertaram para subidas do preço do petróleo acima de 100 dólares), que fizeram previsões de preços alertaram para subidas do preço do barril até 100 dólares ou mais (Matt Simmons fala em números de 3 digítos como 100, 200, 300).

Muitos foram ridicularizados por estas previsões, mas hoje essas previsões ganham vida com o petróleo já hoje (16 de Outubro) atingindo os 87,97 dólares por barril (e o dólar a cair que é um factor de inflação do petróleo) percebe-se que o petróleo a 100 dólares está mesmo à porta. E tudo isto acontece devido ao pico do petróleo embora hoje os média falem das ameaças do governo e exército turcos em invadir o norte do Iraque para atacar o PKK (uma guerrilha curda) o que pode causar interupções na extração de petróleo. Os motivos circunstanciais simplesmente não explicam porque o petróleo subiu de 10 dólares em 1999 para quase 88 dólares por barril em 2007 (quando em todo o século XX o petróleo esteve sempre entre 10 e 20 dólares excepto durante as crises da OPEP e do Irão), nem explicam os hoje tão falados "mercados apertados" (Tight Markets) que são um expressão recorrente pelo menos desde 2003, ano em que o petróleo a 20 dólares ficou definitivamente para trás.

Veja-se o gráfico histórico do preço do petróleo em inflação ajustada:

http://www.inflationdata.com/inflation/images/charts/Oil/Inflation_Adj_Oil_Prices_Chart.htm

(clique no link, tenha em conta que este gráfico não está actualizado até Outubro de 2007 e que não tem em conta a queda actual do dólar que fez baixar o valor do máximo histórico de 1981 em inflação ajustada)

A teoria do pico do petróleo (digo isto porque, incrivelmente, ainda há quem lhe chame teoria) tem duas conclusões findamentais: uma é que a produção mundial de petróleo atingirá (ou já atingiu) um pico máximo e depois declinará (o que se verifica actualmente é que desde finais de 2004 até agora, finais de 2007, a produção mundial de petróleo tem se mantido estagnada entre 84 e 85 milhões de barris diários); a outra é que todos os picos de preços anteriores serão ultrapassados (o maior dos quais era o de 1981) e o petróleo chegará a 100 dólares ou mais por barril, o que é incomportável para as economias contenporãneas, obrigando a humanidade a fazer grandes adaptações (económicas, sociais, culturais, etc) à vida pós-petróleo.

Esta última conclusão já está provada.

"It's going to soon hit $90 and go north of $100 next year," said Peter Schiff, chief executive officer of Darien (...)
Bloomberg, 15 de Outubro

E, aparentemente, já não é impensável para ninguém falar em petróleo a 100 dólares.

Monday, October 15, 2007

Chávez fala abertamente do pico do petróleo

O Presidente Chávez de visita oficial em Cuba falou abertamente do pico do petróleo, sem no entanto usar especificamente essa expressão, referindo que haverá um máximo de produção mundial que se está a atingir (agora ou em breve) e que as reservas de petróleo se estão a esgotar. Para exemplicar esta última questão, Chávez refere que há países que já deixaram de ser grandes produtores de petróleo porque as reservas se esgotaram (o blog Pico do Petróleo pode referir o exemplo da Indonésia que já foi um exportador de petróleo membro da OPEP e hoje tem de importar petróleo para satisfazer o seu consumo interno). Chávez salienta, aquilo que devia ser lembrado em todo o mundo, que o petróleo é um recurso finito e que naturalmente se vai esgotar.

Para ver esta parte do discurso (o discurso demora mais de 1 hora) carregue no play durante uns segundos e depois pressione pause para que o Youtube carregue o video até ao fim (o que demorará talvez 15 ou 20 minutos). A espera valerá a pena concerteza, pois poderá ver um estadista a falar no pico do petróleo com grande clareza, a partir dos 38 minutos e 30 segundos se o video tiver a fazer contagem crescente (ou quando faltar 26 minutos e 30 segundos em contagem decrescente), o Presidente Chávez começa a abordar este tema do pico do petróleo.

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Sunday, October 07, 2007

Paul Crutzen, Nobel da Qímica, alerta que os Biocombustíveis agravam o Aquecimento Global

Encontrei a seginte notícia no blogue Encapuzado Extrovertido:

Um estudo liderado por Paul Crutzen, Nobel da Química conhecido pelo seu trabalho sobre o buraco da camada de ozono, indica que o facto de se cultivar e utilizar alguns dos mais populares biocombustíveis vegetais para substituir os fósseis poderá, pelo contrário, fazer aumentar essas emissões nocivas.

Segundo a revista Chemistry World, estes cientistas estimam que uma tal mudança de fontes de energia poderia acarretar a libertação na atmosfera de cerca de duas vezes mais do que se pensava de um potente gás de estufa - o óxido nitroso (N2O) - mais conhecido como gás hilariante.

O biodiesel derivado da colza (80% da produção de biocombustível europeia) e o bioetanol derivado do milho (que impera nos EUA) parecem desastrosos. O único que aparentemente será menos nocivo é o bioetanol, derivado da cana-de-açúcar."

Fonte: Ana Gerschenfeld : Público
Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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