Saturday, May 27, 2006

O século XXI será ocioso e sem facturas

Em consequência do desenvolvimento dos transportes internacionais de mercadorias e dos sistemas de telecomunicação modernos, o capitalismo dominante não está naturalmente muito inclinado a realizar economias de energia e a utilizar recursos renováveis enquanto existirem reservas de petróleo ao seu dispor. O capitalismo não possui nenhuma inteligência global e não parará enquanto não sentir falta de recursos naturais. Em vez de uma «formidável faculdade de adaptação» como garante de progresso, conviria antes falar de uma lógica primária de predação, senão mesmo de devastação. É, por isso, inútil esperar por uma redução das emissões de gases com efeito de estufa ou uma melhoria climática antes da penúria material do petróleo. Desgraçadamente parece que não estamos longe dessa situação. O petróleo vai certamente desaparecer de forma lenta mas inevitável. Entre 2010 e 2020 a sua produção diária irá atingir o seu máximo antes de iniciar uma descida imparável. O petróleo apenas inaugurará uma série que irá prosseguir com o esgotamento dos recursos como do gáz natural, do carvão e do urânio. Não existe uma solução mágica para a escassez do petróleo. Os políticos preferem não falar de catástrofe uma vez que isso pressupunha a necessidade de dar respostas o que eles sabem não poder dar. A ideia do pico do petróleo seguido de um declínio é recusada ainda por várias pessoas convencidas no progresso ilimitado da ciência ou que recusam simplesmente essa ideia por criar demasiada angústia.
Num futuro próximo vai ser preciso limitar as deslocações e de re-localizar as actividades vitais desenvolvendo alternativas que nos conduzam à autonomia, ao respeito pelo ambiente e provavelmente a um modo de funcionamento augestionário.
Com efeito, o custo elevado do petróleo e da energia repercutir-se-á nas matérias-primas e nos bens de produção final. A rede de transportes internacional irá lentamente retrair-se. Os Estados Unidos – cuja intervenção no Iraque reflecte mais uma reacção de pânico do que preocupações democráticas – não poderão sustentar o modelo sobre o qual se baseia o seu crescimento económico. As cidades não demorarão a seguir um regime energético com base nos transportes comuns, partilha de transportes, A vida tornar-se-á mais onerosa, e as relações de força entre empregadores/empregados orientar-se-ão para novos enquadramentos ( pagamento pelo tempo de transporte e de deslocação…) e a questão social da partilha assumirá um grande relevo à medida que diminuir o que houver para compartilhar. O mundo rural oferecerá condições e vantagens que poderão torná-lo atraente a longo prazo, desde a proximidade dos alimentos, economia de custos, uso de biomassa como carburante, ou da madeira para o aquecimento, até aos espaços para as energias eólicas e a possibilidade de aplicação de técnicas de arquitectura bioclimáticas avançadas. Pode-se pois imaginar que o futuro do homem será cada vez mais ocioso, em que se trabalhará cada vez mais, nos alimentaremos com produtos biológicos ( note-se que a agricultura intensiva alimenta-se de petróleo), que haverá mais autonomia e respeito pela natureza, e onde se participará na vida de sociedades locais autogeridas em relação com o resto do planeta por meio dos meios de telecomunicação pouco dispendiosos de energia.

Texto dos trabalhadores da terra e do ambiente da CNT francesa
CNT 63. Syndicat des Travailleurs de la Terre et de l’Environnement
2, place Poly 63100 Clermont-Ferrand

Este texto foi publicado originalmente em:
Pimenta negra (blogue)

Friday, May 26, 2006

Portugueses pouco dispostos a alterar o consumo se os preços duplicarem
Diário Económico

Os portugueses estão entre os cidadãos europeus mais preocupados com as alterações climáticas, mas são os menos dispostos a mudar o seu comportamento em matéria energética se os preços duplicarem, refere um estudo elaborado pela Lógica CMG. O estudo sobre a eficiência energética e o consumo, com base no inquérito a 5010 cidadãos portugueses, ingleses, espanhóis e holandeses, refere que 94% dos inquiridos em Portugal se mostraram muito preocupados com as alterações climáticas face à média de 80%.

Contudo, quando inquiridos se estariam dispostos a mudar o seu comportamento se os preços da energia duplicassem, os portugueses são os menos dispostos a isso (66%) contra uma média de 78%.Os portugueses e os espanhóis são também os que aceitariam com maior dificuldade uma racionalização do consumo em caso de crise energética.

Enquanto que 79% dos ingleses aceitariam mudar o seu padrão de consumo energético em função dessa racionalização, apenas 53% dos portugueses e 48% dos espanhóis o faria de bom grado. Os portugueses são também os que menos sabem a quantidade de energia que consomem: 19% contra os 37% do Reino Unido. São, contudo, os que mais fazem por semana (88%) para reduzir a quantidade de energia utilizada, contra os 70% do Reino Unido.

Fonte:
Diário Económico

[comentário] Parece que com os portugueses é consumir até à última gota de petróelo! Afinal a terra é mesmo plana...

Thursday, May 25, 2006

Bolsa de Petróleo de Moscovo abre em Junho

Dia 8 de Junho o RTS (mercado bolsista moscovita) vai iniciar trocas comerciais de petróleo, derivados de petróleo e ouro, todos denominados em rublos. Esta notícia vem juntar-se à da abertura da bolsa iraniana de petróleo transaccionando em euros no início deste mês, marcando um claro afastamento da transacção de petróleo da divisa americana.

Nos últimos dias circulou igualmente a notícia de que o presidente Hugo Chavez da Venezuela considera trocar a divisa de transacção do petróleo do seu país para euros, imitando o que fez o Irão. Juntos, estes três países produtores: Irão, Venezuela e Rússia representam mais de 20% do petróleo vendido nos mercados internacionais e mais de 25% do gás. Se esta fatia do mercado energético se afastar por completo do dólar, a divisa americana sofrerá maior pressão deflacionista.

Estas notícias chegam numa época já de si difícil para a divisa e economia americanas. Apesar das taxas de juro americanas estarem neste momento nos 5%, o dólar continua a cair contra as outras divisas; em relação ao euro perdeu quase 7% só desde Abril. Esta desvalorização do dólar agrava também o défice comercial dos Estados Unidos, que em 2005 passou os 700 mil milhões de dólares e tem crescido a uma taxa arrebatadora de 18% ao ano.

Se a Reserva Federal Americana optar por continuar a incrementar as taxas de juro, o resultado será uma contracção da economia americana com o aumento das rendas de casa a pôr as famílias americanas em apuros. Se a opção for por evitar a recessão económica o dólar continuará a cair provocando uma escalada na inflação interna, tornando as importações cada vez mais caras.

Esta situação poderá ser em tudo semelhante à vivida em 1973 na ressaca da suspensão do sistema Bretton Woods, durante a vigência do qual o dólar esteve directamente ligado ao ouro ($1 = 0.8 gramas de ouro). Em 1972 esta ligação entre o dólar e o ouro foi levantada, no ano seguinte o petróleo cotado em dólares aumentou 300%, o trigo 240%, a soja 340%, a carne 70%.

Estaremos a viver o mesmo agora? Não é fácil de responder a esta pergunta mas são de registar os aumentos vertiginosos dos metais nos últimos meses, ouro, prata, cobre, níquel, etc. O metal contido nas moedas de cêntimos americanas vale hoje mais que o valor nominal nelas gravado.

Esta quebra do valor do dólar é bastante perigosa para a Europa, no imediato poderá gerar uma espiral de desemprego se as exportações para os Estados Unidos caírem. No entanto se o euro continuar forte de maneira a permitir a importação de energia e matérias primas, a Europa poderá ter algum tempo para se adaptar e preparar uma economia mais virada para dentro, menos dependente das exportações.

A facilidade com que os países supracitados abrem bolsas não cotadas em dólares é um claro sinal da dificuldade que os mercados têm de momento em responder à procura de petróleo. Tentativas anteriores (no médio oriente) de abrir bolsas nestes termos falharam pelo simples facto de existir capacidade extra de produção. Os países detentores de reservas americanas podiam simplesmente continuar a comprar petróleo nos mercados tradicionais de Londres e Nova Iorque, boicotando a comercialização em eventuais bolsas alternativas. Esta situação já não é possível, todo o petróleo que vier ao mercado encontrará certamente comprador. Será este um sinal do Pico do Petróleo? O tempo o dirá.

Fontes:

Global Research

RIA Novosti

National Review

Tuesday, May 16, 2006

O famoso livro de James Howard Kunstler já está à venda em Portugal, em tradução literal era a "Longa Emergência". A editora que o traduziu optou por "O fim do petróleo", mas cabe me a pergunta e o apelo...

Já compraram?



Se ainda não, comprem!
Vale bem a leitura...


Na Fnac
Na Editora Bizancio
Ou numa livraria perto de casa, ele está por aí...

Wednesday, May 03, 2006

Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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