Thursday, May 25, 2006

Bolsa de Petróleo de Moscovo abre em Junho

Dia 8 de Junho o RTS (mercado bolsista moscovita) vai iniciar trocas comerciais de petróleo, derivados de petróleo e ouro, todos denominados em rublos. Esta notícia vem juntar-se à da abertura da bolsa iraniana de petróleo transaccionando em euros no início deste mês, marcando um claro afastamento da transacção de petróleo da divisa americana.

Nos últimos dias circulou igualmente a notícia de que o presidente Hugo Chavez da Venezuela considera trocar a divisa de transacção do petróleo do seu país para euros, imitando o que fez o Irão. Juntos, estes três países produtores: Irão, Venezuela e Rússia representam mais de 20% do petróleo vendido nos mercados internacionais e mais de 25% do gás. Se esta fatia do mercado energético se afastar por completo do dólar, a divisa americana sofrerá maior pressão deflacionista.

Estas notícias chegam numa época já de si difícil para a divisa e economia americanas. Apesar das taxas de juro americanas estarem neste momento nos 5%, o dólar continua a cair contra as outras divisas; em relação ao euro perdeu quase 7% só desde Abril. Esta desvalorização do dólar agrava também o défice comercial dos Estados Unidos, que em 2005 passou os 700 mil milhões de dólares e tem crescido a uma taxa arrebatadora de 18% ao ano.

Se a Reserva Federal Americana optar por continuar a incrementar as taxas de juro, o resultado será uma contracção da economia americana com o aumento das rendas de casa a pôr as famílias americanas em apuros. Se a opção for por evitar a recessão económica o dólar continuará a cair provocando uma escalada na inflação interna, tornando as importações cada vez mais caras.

Esta situação poderá ser em tudo semelhante à vivida em 1973 na ressaca da suspensão do sistema Bretton Woods, durante a vigência do qual o dólar esteve directamente ligado ao ouro ($1 = 0.8 gramas de ouro). Em 1972 esta ligação entre o dólar e o ouro foi levantada, no ano seguinte o petróleo cotado em dólares aumentou 300%, o trigo 240%, a soja 340%, a carne 70%.

Estaremos a viver o mesmo agora? Não é fácil de responder a esta pergunta mas são de registar os aumentos vertiginosos dos metais nos últimos meses, ouro, prata, cobre, níquel, etc. O metal contido nas moedas de cêntimos americanas vale hoje mais que o valor nominal nelas gravado.

Esta quebra do valor do dólar é bastante perigosa para a Europa, no imediato poderá gerar uma espiral de desemprego se as exportações para os Estados Unidos caírem. No entanto se o euro continuar forte de maneira a permitir a importação de energia e matérias primas, a Europa poderá ter algum tempo para se adaptar e preparar uma economia mais virada para dentro, menos dependente das exportações.

A facilidade com que os países supracitados abrem bolsas não cotadas em dólares é um claro sinal da dificuldade que os mercados têm de momento em responder à procura de petróleo. Tentativas anteriores (no médio oriente) de abrir bolsas nestes termos falharam pelo simples facto de existir capacidade extra de produção. Os países detentores de reservas americanas podiam simplesmente continuar a comprar petróleo nos mercados tradicionais de Londres e Nova Iorque, boicotando a comercialização em eventuais bolsas alternativas. Esta situação já não é possível, todo o petróleo que vier ao mercado encontrará certamente comprador. Será este um sinal do Pico do Petróleo? O tempo o dirá.

Fontes:

Global Research

RIA Novosti

National Review

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