Wednesday, January 09, 2008

Etanol pode poluir mais que gasolina
09-01-2008
A utilização de etanol produzido a partir de cana-de-açúcar, soja e de milho pode ser mais nociva ao ambiente do que a gasolina, segundo um recente artigo de um investigador norte-americano.

William Laurance, do Instituto de Pesquisas Tropicais Smithsonian, com sede no Panamá, disse à Agência Lusa que o etanol produz um volume até 60 por cento menor de gases responsáveis pelo efeito estufa do que a gasolina, mas há outros parâmetros a ponderar. "Se consideramos outros parâmetros ambientais, entretanto, como o uso de fertilizantes, a grande quantidade de água e a desflorestação de áreas para o plantio, os efeitos ambientais do etanol são muito maiores", disse o investigador. "As pessoas precisam de ficar atentas aos impactos negativos do etanol, até porque os interesses da indústria da cana-de-açúcar não são necessariamente os mesmos interesses da sociedade", afirmou. O artigo, publicado numa recente edição da revista científica Science, foi baseado num estudo divulgado no ano passado na Suíça. Ao analisar 26 tipos de biocombustíveis produzidos actualmente, o estudo concluiu que 21 deles reduzem em mais de 30 por cento as emissões de gases responsáveis pelo efeito de estufa, na comparação com a gasolina. Nos tipos analisados, doze foram considerados mais nocivos ao ambiente do que os combustíveis fósseis, entre eles o etanol de milho dos Estados Unidos e o de cana-de-açúcar do Brasil. A lista dos biocombustíveis mais nocivos ao ambiente inclui ainda o biodiesel a partir de soja, produzido no Brasil, e o biodiesel a partir de palma, produzido na Malásia. William Laurance salientou que a crescente produção de etanol de cana-de-açúcar e do biodiesel de soja tem ocupado grandes áreas agrícolas, o que reduz a produção de grãos e aumenta o preço dos alimentos. "A produção de cana-de-açúcar utiliza grande quantidade de água, isso sem falar na poluição dos rios e os fertilizantes que, após serem quebrados em óxido nitroso, também vão afectar a camada de ozono", afirmou. O uso excessivo de fertilizantes é responsável pela maior parte dos gases do efeito estufa emitidos pela actividade agrícola em todo o mundo, com cerca de 2,1 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano. O excesso de fertilizantes provoca a emissão de óxido nitroso (N2O), que é cerca de 300 vezes mais potente que o CO2 na mudança do clima, segundo um recente relatório da organização ambiental Greenpeace. O contributo total da agricultura mundial para a mudança climática é estimado em algo entre 8,5 mil milhões e 16,5 mil milhões de toneladas de CO2, ou entre 17 por cento a 32 por cento das emissões de gases responsáveis pelo efeito de estufa.

Nota: E ainda por cima o governo brasileiro insiste em aumentar a produção de Etanol de Cana-de-açúcar drasticamente. O governo do Brasil promete aumentar a produção para o triplo nos próximos 10 anos. Mas os estudos científicos estão a acabar com esta farsa da suposta vantagem ecológica dos agro-combustíveis. Não senhor Lula! Saiba que desflorestção, poluição do ar e da água e trabalho escravo não ajuda o ambiente!

Fonte: Observatório do Algarve

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