24 DE AGOSTO DE 2007
460 mil combatem a resistência no Iraque
A ocupação americana do Iraque, que já dura 53 meses, tem tido cada vez maior oposição da opinião pública americana e dentro do parlamento dos EUA. Os números da ocupação são eloqüentes e demonstram o gigantesco atoleiro em que a administração americana se meteu, após o plano de ocupar e domesticar o país ter fracassado em agosto de 2003.
Fonte: 'Los Angeles Times', com Dep. de Estado e Pentágono
O oposicionista Tom Engelhardt, historiador e professor de jornalismo, em artigo publicado em seu blog, o TomDispatch, revela números estarrecedores da ocupação. Muitas vezes esquecidos pela mídia, eles falam por si só como o Iraque foi devastado e como os ocupantes — e seus mercenários — estão sendo batidos pela resistência iraquiana.
Compara a atual escalada militar americana à da Guerra do Vietnã, na qual, em um dado momento da Guerra, havia 500 mil militares americanos combatendo — e perdendo — no país asiático.
A escalada militar no Vietnã, pontificada por campanhas de bombardeios, incursões, fogo de artilharia, ''só produziu mais milhares de vítimas entre os vietnamitas e mais descrédito e desastres para as forças americanas'', diz.
Engelhardt comenta também estudo da historiadora americana Marilyn Young sobre as similitudes do que se falava em abril de 2003 na mídia americana. ''Em menos de duas semanas reapareceu um vocabulário sepultado há 30 anos: falta de credibilidade, busca e destruição, dificuldade de distiguir amigo de inimigo, interferência civil em assuntos militares, dominação da política local, ganhar, ou perder, os corações e mentes''.
Sob o título de ''Escalada no Iraque em números'', descobrimos as disparidades da ocupação. A quantidade de militares destacados para lutar contra a resistência é assustadora: São 460 mil militares, entre soldados regulares, forças de segurança e mercenários. Segundo o TomDispatch, são 162 mil militares americanos, 180 mil mercenários — dos quais 21 mil americanos — e 118 mil forças de segurança iraquianas.
Todo esse contingente é pago pelos contribuintes americanos. Dos mercenários, não estão incluídos nos números os ''terceirizados contratados que são seguranças pessoais de funcionários e edifícios governamentais''. As cifras foram obtidas pelo jornal Los Angeles Times e são provenientes do Departamento de Estado e do Pentágono.
Engelhardt compara o número de mercenários contratados nas guerras anteriores. ''Na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coréia eles representavam entre 3% e 5%, segundo o testemunho ao Congresso do advogado de Direitos Humanos Scott Horton. No Vietnã e na Primeira Guerra do Golfo, essa cifra chegou a 10%. Agora não é menor que 50%''.
Os americanos também pagam somas elevadíssimas para os mercenários. Segundo Jeremy Scahill, autor do livro ''Blackwater, The Rise of the World's Most Powerful Mercenary Army'', o salário típico de um soldado mercenário, que já pertenceu ao exército americano, é de US$ 650 diários, podendo em certos casos chegar a US$ 1.000.
O custo mensal das ocupações, tanto do Iraque quanto do Afeganistão, é também outro tema abordado no artigo de Engelhardt. ''Segundo o Serviço Apartidário de Estudos Legislativos do Congresso, os valores chegam a US$ 12 bilhões, sendo US$ 10 bilhões gastos apenas no Iraque''.
O estudo de Engelhardt também avalia os danos inflingidos à população civil. Nos dias de hoje, um caixão custa para um iraquiano entre 50 e 75 dólares, enquanto nos tempos de Saddam Hussein os caixões eram vendidos entre 5 e 10 dólares.
A produção de eletricidade, que no governo de Hussein oscilava entre 8.000 e 10.000 megavats, hoje raramente chega a 4.000 megavats. O número de médicos que deixaram o país desde 2003 é de 12 mil, dos 34 mil registrados no país, de acordo com a Associação Médica do Iraque. Relatórios e reportagens afirmam que 2 mil médicos foram assassinados nos anos da ocupação.
A renda per capita também sofreu as conseqüências da ocupação. Em 1980 era de US$ 3.600 anuais. Em 2001, após uma década de sanções da ONU, era de US$ 800. No fim de 2003 bateu nos US$ 530 e agora, de acordo com Pepe Escobar, correspondente do Asia Times, mal chega a US$ 400. O desemprego no Iraque é de 60% da sua população economicamente ativa.
O número de iraquianos mortos em julho deste ano, segundo números compilados pelos ministérios iraquianos da Saúde, da Defesa e do Interior, é de 1.652 pessoas, enquanto a conta da agência de notícias Associated Press indica 2.024 mortes. O jornal Washington Post afirma que morreram 1.054 iraquianos. ''É seguro afirmar que esses números estão consideravelmente abaixo dos números reais'', diz Engelhardt.
A estimativa do número de mortos durante a invasão e ocupação é estarrecedora. Mais de um milhão de iraquianos pereceram, de março de 2003 a junho de 2007, considerando verdadeira a estimativa de 650 mil vítimas feita pela revista médica britânica The Lancet, e considerando a taxa de mortes desde então. O estudo feito pela The Lancet é o único considerado científico até o momento, sendo até reconhecido pelo governo britânico como ''confiável'' no ano passado.
A mídia não revela, mas não são somente os esquadrões da morte que atualmente causam sofrimento aos iraquianos. Os ocupantes americanos continuam firmes na sua senda de morte e destruição. A quantidade de civis iraquianos mortos ou feridos em incidentes com tropas americanas no ano de 2006 foi de 429 pessoas. Esse número não considera os mortos em ações militares como ''incursões'' em casas ou em meio a batalhas, e é considerado incompleto, já que um número incomensurável de mortos é omitido pelas unidades militares americanas.
Da redação, com informações do TomDispatch (http://www.tomdispatch.com/)
Fonte: Diário Vermelho
460 mil combatem a resistência no Iraque
A ocupação americana do Iraque, que já dura 53 meses, tem tido cada vez maior oposição da opinião pública americana e dentro do parlamento dos EUA. Os números da ocupação são eloqüentes e demonstram o gigantesco atoleiro em que a administração americana se meteu, após o plano de ocupar e domesticar o país ter fracassado em agosto de 2003.
Fonte: 'Los Angeles Times', com Dep. de Estado e Pentágono
O oposicionista Tom Engelhardt, historiador e professor de jornalismo, em artigo publicado em seu blog, o TomDispatch, revela números estarrecedores da ocupação. Muitas vezes esquecidos pela mídia, eles falam por si só como o Iraque foi devastado e como os ocupantes — e seus mercenários — estão sendo batidos pela resistência iraquiana.
Compara a atual escalada militar americana à da Guerra do Vietnã, na qual, em um dado momento da Guerra, havia 500 mil militares americanos combatendo — e perdendo — no país asiático.
A escalada militar no Vietnã, pontificada por campanhas de bombardeios, incursões, fogo de artilharia, ''só produziu mais milhares de vítimas entre os vietnamitas e mais descrédito e desastres para as forças americanas'', diz.
Engelhardt comenta também estudo da historiadora americana Marilyn Young sobre as similitudes do que se falava em abril de 2003 na mídia americana. ''Em menos de duas semanas reapareceu um vocabulário sepultado há 30 anos: falta de credibilidade, busca e destruição, dificuldade de distiguir amigo de inimigo, interferência civil em assuntos militares, dominação da política local, ganhar, ou perder, os corações e mentes''.
Sob o título de ''Escalada no Iraque em números'', descobrimos as disparidades da ocupação. A quantidade de militares destacados para lutar contra a resistência é assustadora: São 460 mil militares, entre soldados regulares, forças de segurança e mercenários. Segundo o TomDispatch, são 162 mil militares americanos, 180 mil mercenários — dos quais 21 mil americanos — e 118 mil forças de segurança iraquianas.
Todo esse contingente é pago pelos contribuintes americanos. Dos mercenários, não estão incluídos nos números os ''terceirizados contratados que são seguranças pessoais de funcionários e edifícios governamentais''. As cifras foram obtidas pelo jornal Los Angeles Times e são provenientes do Departamento de Estado e do Pentágono.
Engelhardt compara o número de mercenários contratados nas guerras anteriores. ''Na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coréia eles representavam entre 3% e 5%, segundo o testemunho ao Congresso do advogado de Direitos Humanos Scott Horton. No Vietnã e na Primeira Guerra do Golfo, essa cifra chegou a 10%. Agora não é menor que 50%''.
Os americanos também pagam somas elevadíssimas para os mercenários. Segundo Jeremy Scahill, autor do livro ''Blackwater, The Rise of the World's Most Powerful Mercenary Army'', o salário típico de um soldado mercenário, que já pertenceu ao exército americano, é de US$ 650 diários, podendo em certos casos chegar a US$ 1.000.
O custo mensal das ocupações, tanto do Iraque quanto do Afeganistão, é também outro tema abordado no artigo de Engelhardt. ''Segundo o Serviço Apartidário de Estudos Legislativos do Congresso, os valores chegam a US$ 12 bilhões, sendo US$ 10 bilhões gastos apenas no Iraque''.
O estudo de Engelhardt também avalia os danos inflingidos à população civil. Nos dias de hoje, um caixão custa para um iraquiano entre 50 e 75 dólares, enquanto nos tempos de Saddam Hussein os caixões eram vendidos entre 5 e 10 dólares.
A produção de eletricidade, que no governo de Hussein oscilava entre 8.000 e 10.000 megavats, hoje raramente chega a 4.000 megavats. O número de médicos que deixaram o país desde 2003 é de 12 mil, dos 34 mil registrados no país, de acordo com a Associação Médica do Iraque. Relatórios e reportagens afirmam que 2 mil médicos foram assassinados nos anos da ocupação.
A renda per capita também sofreu as conseqüências da ocupação. Em 1980 era de US$ 3.600 anuais. Em 2001, após uma década de sanções da ONU, era de US$ 800. No fim de 2003 bateu nos US$ 530 e agora, de acordo com Pepe Escobar, correspondente do Asia Times, mal chega a US$ 400. O desemprego no Iraque é de 60% da sua população economicamente ativa.
O número de iraquianos mortos em julho deste ano, segundo números compilados pelos ministérios iraquianos da Saúde, da Defesa e do Interior, é de 1.652 pessoas, enquanto a conta da agência de notícias Associated Press indica 2.024 mortes. O jornal Washington Post afirma que morreram 1.054 iraquianos. ''É seguro afirmar que esses números estão consideravelmente abaixo dos números reais'', diz Engelhardt.
A estimativa do número de mortos durante a invasão e ocupação é estarrecedora. Mais de um milhão de iraquianos pereceram, de março de 2003 a junho de 2007, considerando verdadeira a estimativa de 650 mil vítimas feita pela revista médica britânica The Lancet, e considerando a taxa de mortes desde então. O estudo feito pela The Lancet é o único considerado científico até o momento, sendo até reconhecido pelo governo britânico como ''confiável'' no ano passado.
A mídia não revela, mas não são somente os esquadrões da morte que atualmente causam sofrimento aos iraquianos. Os ocupantes americanos continuam firmes na sua senda de morte e destruição. A quantidade de civis iraquianos mortos ou feridos em incidentes com tropas americanas no ano de 2006 foi de 429 pessoas. Esse número não considera os mortos em ações militares como ''incursões'' em casas ou em meio a batalhas, e é considerado incompleto, já que um número incomensurável de mortos é omitido pelas unidades militares americanas.
Da redação, com informações do TomDispatch (http://www.tomdispatch.com/)
Fonte: Diário Vermelho
0 Comments:
Post a Comment
<< Home