Wednesday, March 21, 2007

“É um contra-senso dizer que o etanol é uma energia limpa”, denuncia professora

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A expansão da monocultura da cana-de-açúcar em regiões brasileiras - como o estado de São Paulo - é uma das práticas que tem preocupado ambientalistas e movimentos sociais. Isso porque esse cultivo deve aumentar, acompanhando o aumento da produção do etanol (álcool combustível), definido em recente acordo firmado no Brasil entre os presidentes Lula e George W. Bush, dos Estados Unidos. O memorando de cooperação técnica na área de biocombustíveis, assinado recentemente entre os dois países, gerou a expectativa do setor de duplicar a produção atual do combustível. Essa produção hoje é de cerca de 17 bilhões de litros e deve passar para 34 bilhões anuais, em um prazo de até 20 anos.

A produção do etanol, que é considerada por alguns estudiosos como uma grande alternativa para a mudança na matriz energética do país por ser considerada fonte limpa e renovável de energia, não é consenso. A professora de Sociologia, Maria Aparecida de Moraes Silva, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) questiona este argumento.

“Na medida em que defendemos esta tese, você esquece quais são os métodos de produção deste produto, feitos através desta monocultura. É uma cultura que depende de muitos agrotóxicos e além de tudo o método da queimada. Existem vários trabalhos de químicos e bioquímicos que já comprovaram que estes gases são cancerígenos. Então é um contra-senso grande dizermos que o etanol é uma energia limpa. Limpa em que sentido?”

A quantidade de agrotóxicos lançados em plantações de cana-de-açúcar já coloca em risco também alguns lençóis freáticos. A professora cita um estudo da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), órgão do governo do estado de São Paulo, comprovando que em bacias hidrográficas como a do Rio Pardo, na região de Ribeirão Preto (SP), as águas estão contaminadas por agrotóxicos.

De Brasília, da Radioagência NP, Gisele Barbieri

20/03/07

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