Wednesday, October 11, 2006

10/10/2006
EUA compraram no Paquistão 95% dos presos de Guantânamo

Noventa e cinco por cento dos prisioneiros na base estadunidense de Gunatânamo, território cubano ocupado, foram comprados por soldados dos Estados Unidos no Paquistão, denunciou Clive Starfford, advogado de 36 dos detidos. Em artigo publicado no semanário britânico New Statesman, Stafford afirma que a maioria dos encarcerados não foi capturado em território afegão, mas dentro das fronteiras do Paquistão, e depois vendidos como escravos aos militares dos EUA, a no mínimo US$ 5 mil por cabeça.

O advogado, que dirige a ONG Reprieve, afirma que a compra feita por Washington explica por que tantos indigentes foram parar na prisão da base naval de Guantânamo. Ele destacou que, em seu recém-publicado livro A linha de fogo, o próprio presidente paquistanês, Pervez Musharraf, reconheceu a prisão de mais de 600 pessoas em seu país, e que os EUA pagou milhões de dólares pelos 369 prisioneiros que lhes foram entregues.

Stafford assegurou que apenas 5% dos mais de 600 prisioneiros de Guantânamo foram capturados por militares estadunidenses.

Os EUA abriram a prisão em Guantânamo em 2002, após invadirem o Afeganistão em fins de 2001, em represália ao apoio do regime Talibã a Osama Bin Laden e sua rede, a Al Qaeda, responsáveis pelos atentados de 11 de setembro daquele ano. Até hoje nenhum dos encarcerados teve julgamento. Eles são considerados pelos EUA como "combatentes ilegais", aos quais não se reconhece as garantias consagradas pelas Convenções de Genebra para os presos de guerra.

Fonte: La Jornada
Tradução: Diário Vermelho

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