23/08/2006
Argentina investirá US$ 3,5 bilhões em energia nuclear
A Argentina lança nesta quarta-feira um programa de investimentos na área da tecnologia nuclear a um custo de US$ 3,5 bilhões nos próximos oito anos. O Plano Argentino Nuclear será anunciado hoje na sede da Presidência argentina, a Casa Rosada, e estará centrado em três áreas principais: produzir urânio enriquecido, concluir a central atômica de Atucha 2 e construir uma nova usina atômica, que seria a quarta do país.
O programa de produção de energia nuclear argentino recomeça com o anúncio da retomada das obras de sua terceira usina, Atucha II, e o anúncio da intenção de construir uma quarta unidade. O plano inclui a ampliação da vida útil da usina nuclear de Embalse em mais 25 anos (de 2018 para 2043) e a declaração de interesse nacional para a construção de um reator que permita recolocar em funcionamento uma unidade de beneficiamento de urânio, fechada no início dos anos de 1980.
A intenção de construir a quarta usina foi anunciada sexta-feira pelo Secretário de Energia do Ministério do Planejamento, Daniel Cameron, durante o ato de abertura de propostas para a construção de duas novas centrais termoelétricas. Segundo o jornal Clarín, a nova usina teria capacidade para 700 megawatts (MW) e demandaria investimentos da ordem de US$ 1,8 bilhão a US$ 2 bilhões. O plano prevê ainda a assinatura de um contrato com a Província de Neuquén para a produção de 600 toneladas de água pesada, material necessário para o funcionamento das unidades atômicas.
As usinas nucleares Atucha I e Embalse — as primeiras do país, construídas nos anos de 1970 e localizadas nos municípios de Zárate, na Província de Buenos Aires, e Río Tercero, em Córdoba, respectivamente — produzem juntas 935 MW de energia, o que é praticamente a metade do que o Brasil produz com suas usinas Angra I e II (1,87 mil MW). A energia nuclear responde por 9% do total de energia produzida na Argentina — os combustíveis fósseis representam 56%, usinas hidrelétricas 34% e o restante 1% vem de fontes alternativas.
Quando concluída, Atucha II vai acrescentar 692 MW e elevar a produção total para 1.627 MW, a partir de 2010. A previsão é que as obras para conclusão de Atucha II vão consumir investimentos da ordem de 1,5 bilhão de pesos argentinos (equivalente a US$ 500 milhões). Orçada em US$ 1,5 bilhão quando começou a ser construída, em 1981, pela empresa alemã Siemens, desde então Atucha II já consumiu US$ 3 bilhões e quando parou, 80% do projeto havia sido construídos.
As peças e equipamentos para sua conclusão estão armazenadas em galpões há mais de dez anos e para tocar o projeto, o governo precisa encontrar uma nova empresa, porque, nesse meio tempo, a divisão nuclear da Siemens foi vendida para a francesa Framatone, que não trabalha com usinas movidas a urânio natural, base de funcionamento da central nuclear Atucha II.
Déficit na oferta
Assim como o Brasil, a Argentina é signatária do tratado internacional de não-proliferação de armas nucleares. A retomada do programa nuclear tem fins exclusivamente de geração de energia e está relacionada com a previsão de déficit na oferta energética do país. Com a economia crescendo ao ritmo de 8% a 9% anuais, a Argentina vê suas principais fontes de energia chegando ao limite.
A produção de petróleo doméstica caiu 3,18% no primeiro semestre, os cortes de fornecimento de gás atingiram 25% do consumo no auge do frio, há duas semanas, e a previsão de analistas e economistas é que, já no ano que vem, a produção de energia elétrica não será suficiente para atender a demanda, se a economia continuar no mesma velocidade de expansão.
Da redação, com agências internacionais
Fonte:
Diário Vermelho
Argentina investirá US$ 3,5 bilhões em energia nuclear
A Argentina lança nesta quarta-feira um programa de investimentos na área da tecnologia nuclear a um custo de US$ 3,5 bilhões nos próximos oito anos. O Plano Argentino Nuclear será anunciado hoje na sede da Presidência argentina, a Casa Rosada, e estará centrado em três áreas principais: produzir urânio enriquecido, concluir a central atômica de Atucha 2 e construir uma nova usina atômica, que seria a quarta do país.
O programa de produção de energia nuclear argentino recomeça com o anúncio da retomada das obras de sua terceira usina, Atucha II, e o anúncio da intenção de construir uma quarta unidade. O plano inclui a ampliação da vida útil da usina nuclear de Embalse em mais 25 anos (de 2018 para 2043) e a declaração de interesse nacional para a construção de um reator que permita recolocar em funcionamento uma unidade de beneficiamento de urânio, fechada no início dos anos de 1980.
A intenção de construir a quarta usina foi anunciada sexta-feira pelo Secretário de Energia do Ministério do Planejamento, Daniel Cameron, durante o ato de abertura de propostas para a construção de duas novas centrais termoelétricas. Segundo o jornal Clarín, a nova usina teria capacidade para 700 megawatts (MW) e demandaria investimentos da ordem de US$ 1,8 bilhão a US$ 2 bilhões. O plano prevê ainda a assinatura de um contrato com a Província de Neuquén para a produção de 600 toneladas de água pesada, material necessário para o funcionamento das unidades atômicas.
As usinas nucleares Atucha I e Embalse — as primeiras do país, construídas nos anos de 1970 e localizadas nos municípios de Zárate, na Província de Buenos Aires, e Río Tercero, em Córdoba, respectivamente — produzem juntas 935 MW de energia, o que é praticamente a metade do que o Brasil produz com suas usinas Angra I e II (1,87 mil MW). A energia nuclear responde por 9% do total de energia produzida na Argentina — os combustíveis fósseis representam 56%, usinas hidrelétricas 34% e o restante 1% vem de fontes alternativas.
Quando concluída, Atucha II vai acrescentar 692 MW e elevar a produção total para 1.627 MW, a partir de 2010. A previsão é que as obras para conclusão de Atucha II vão consumir investimentos da ordem de 1,5 bilhão de pesos argentinos (equivalente a US$ 500 milhões). Orçada em US$ 1,5 bilhão quando começou a ser construída, em 1981, pela empresa alemã Siemens, desde então Atucha II já consumiu US$ 3 bilhões e quando parou, 80% do projeto havia sido construídos.
As peças e equipamentos para sua conclusão estão armazenadas em galpões há mais de dez anos e para tocar o projeto, o governo precisa encontrar uma nova empresa, porque, nesse meio tempo, a divisão nuclear da Siemens foi vendida para a francesa Framatone, que não trabalha com usinas movidas a urânio natural, base de funcionamento da central nuclear Atucha II.
Déficit na oferta
Assim como o Brasil, a Argentina é signatária do tratado internacional de não-proliferação de armas nucleares. A retomada do programa nuclear tem fins exclusivamente de geração de energia e está relacionada com a previsão de déficit na oferta energética do país. Com a economia crescendo ao ritmo de 8% a 9% anuais, a Argentina vê suas principais fontes de energia chegando ao limite.
A produção de petróleo doméstica caiu 3,18% no primeiro semestre, os cortes de fornecimento de gás atingiram 25% do consumo no auge do frio, há duas semanas, e a previsão de analistas e economistas é que, já no ano que vem, a produção de energia elétrica não será suficiente para atender a demanda, se a economia continuar no mesma velocidade de expansão.
Da redação, com agências internacionais
Fonte:
Diário Vermelho
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