A VIDA QUANDO O PETRÓLEO COMEÇAR A ESCASSEAR
Este artigo trata de uma questão grave que, inexplicavelmente, se tem mantido fora das preocupações do mundo actual. A expressão-chave para este tema é "Peak Oil", uma termo de língua inglesa que descreve sucintamente a situação: a extracção petrolífera terá atingido recentemente o seu ponto máximo -- o pico -- e a partir de agora cairá inexoravelmente ao longo dos próximos anos, com todas as implicações que esse facto tem na economia e na sociedade. (Optámos por não traduzir a expressão, porque é terrivelmente eficaz nas suas sete letras, bem mais sugestiva que o seu equivalente português, "Pico de Produção Petrolífera", ou pico de Hubbert.)
O texto, apesar de abordar alguns dos assuntos sob um ponto de vista norte-americano, mantém ainda assim intacto o seu interesse já que essa realidade, salvaguardando as devidas distâncias, assume sempre as mesmas tendências quer se fale dos EUA ou de qualquer outro país ocidental.
O artigo original encontra-se no sítio Life After The Oil Crash, da autoria de Matt Savinar; o texto que se segue foi traduzido com sua autorização. Lá poderá encontrar links para explicações mais aprofundadas, com gráficos e tabelas, entrevistas completas, artigos, e ligações a outros sítios sobre a mesma temática (em língua inglesa).
Redação do sitío 30 de Fevereiro (reprodução de texto e tradução autorizadas)
Life After The Oil Crash
por Matt Savinar
A civilização tal como a conhecemos está a aproximar-se rapidamente do fim. Isto não é a conclusão de qualquer seita religiosa, mas o resultado de uma análise criteriosa, suportada por informação credível e pelos cientistas que estudam o "Peak Oil" a nível global, e os eventos geo-políticos que com ele estão relacionados.
E quem são estes profetas da desgraça que afirmam que o céu está a cair? Fanáticos da conspiração? Adeptos do Apocalipse bíblico? Pelo contrário, são alguns dos geólogos mais respeitados, mais credenciados e mais bem pagos do mundo. E é isso o mais assustador.
A situação é tão negra que até o Conselheiro para a Energia de George W. Bush, Matthew Simmons, reconheceu que "A situação é desesperada. Esta é a situação mais grave que o mundo enfrenta". Numa entrevista dada em Agosto de 2003, perguntaram a Simmons se estava na altura do "Peak Oil" se tornar parte do debate público. Ele respondeu:
É mais do que tempo. Tal como disse, os especialistas e os políticos não têm um plano de recurso. Se a energia decair, sobretudo quando 5.000 dos 6.500 milhões de habitantes do mundo dão pouca ou nenhuma utilização às novas energias, isto representará uma enorme sacudidela no nosso bem-estar económico e pessoal -- maior do que alguém possa imaginar.
Quando lhe perguntaram se existia uma solução, Simmons respondeu:
Não creio que exista. A solução é rezar. Se as coisas correrem bem, se todas as orações forem atendidas, não haverá crise durante mais dois anos, talvez. Depois disso, é uma certeza.
E não é apenas Simmons quem toca o alarme. Segundo o Secretário da Energia norte-americano Spencer Abraham, "A América está perante uma grave crise de fornecimento energético a ter lugar durante as duas próximas décadas. Não estar à altura deste desafio ameaçará a prosperidade económica da nossa nação, comprometerá a nossa segurança nacional, e alterará literalmente o nosso modo de vida".
Nas páginas que se seguem poderá encontrar uma breve explicação do "Peak Oil", as ramificações, e o que poderemos fazer naquilo que está ao nosso alcance.
Parte 1: "Peak Oil" e as Ramificações na Civilização Industrial
Parte 2: Energias Alternativas: Combustíveis do Futuro ou Embustes Cruéis?
Parte 3: Problemas de Economia, Tecnologia, e a Capacidade de Adaptação
Parte 4: "Peak Oil", Guerra e Política
Parte 5: Gerir a Catástrofe e Enfrentar as Ramificações
Copyright 2004, Matthew David Savinar
http://www.lifeaftertheoilcrash.net (versão original)
http://trintadefevereiro.planetaclix.pt/ (versão portuguesa)
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